Paraty vive um movimento de reconhecimento da importância e pluralidade da sua cultura. A cidade foi escolhida pelo Ministério do Turismo como destino de referência do turismo cultural do país, é candidata ao título de Patrimônio da Humanidade da Unesco e foi eleita pela ONU como o destino do turismo sustentável mundial. Essas iniciativas e eventos culturais de importância nacional e internacional estão movimentando discussões e reflexões a respeito do patrimônio cultural local e são indicativos claros dessa importância.
Segundo pesquisas arqueológicas, desenvolvidas foi constatada a presença da manufatura de cerâmica entre os antigos habitantes locais. De acordo com escavações, restos de objetos provenientes dos grupos goianã e tupiguarani comprovam a existência de um período arqueológico denominado pré-história de Paraty. Por um tempo a arte da cerâmica ficou adormecida e foi através das mãos do paratiense, Dalcir Ramiro, conhecido como Cizinho, que nos anos 70 a cerâmica voltou a ser produzida em Paraty. Cizinho, ainda jovem, despertado pela origem oriental de sua família iniciou sua pesquisa na cidade de Cunha, em São Paulo, cidade vizinha de Paraty, com as “paneleiras”. O fato é que esse paratiense tornou-se um artista respeitado. Realizou exposições no Brasil, Europa e Estados Unidos. Participou de movimento cultural em São Francisco (EUA) e organizou o primeiro encontro de ceramistas em 1975 e depois em 78, 80 e 82 com a participação de artistas de Cunha, cidade vizinha, que, hoje, são grandes nomes da cerâmica: Alberto Cidraes, Mieko e Toshiyuki Ukeseki.
Deste então a cerâmica está presente na história deste município, além dos outros saberes e fazeres tradicionais: cestaria em fibras naturais e madeira, barquinhos de caxeta (tabebuia), música, danças, gastronomia e nossas histórias. Nesse campo tão vasto de tradições e memória confirmam, Paraty como centro de referência de turismo cultural em nosso país.
O Encontro de Ceramistas em Paraty enriquece culturalmente e fortalece a produção manufatureira de objetos e obras de arte em cerâmica para o mercado local. As atividades oferecidas ao público são um estímulo à pesquisa e formação de ceramistas locais. Suprindo, assim, uma necessidade na formação de jovens profissionais na área da cerâmica em Paraty.
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